Ainda sobre o Galo...Três notícias publicadas na Folha de São Paulo desta terça-feira.
RODRIGO MATTOSENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
Na rota da queda, clube pegou dinheiro de instituições do "valerioduto"
O Ministério Público Estadual de Minas Gerais investiga empréstimos dos bancos BMG e Rural para o Atlético-MG, de 1999 a 2005. As duas instituições bancárias foram utilizadas pelo publicitário Marcos Valério para distribuir dinheiro a políticos, especialmente do PT.O presidente do Atlético-MG, Ricardo Guimarães, também é dono e dirigente do BMG. Foi sob sua gestão que o clube caiu para a Série B do Brasileiro, no domingo.
Após denúncia do conselheiro do Atlético-MG, Manfredo Palhares, em agosto deste ano, os promotores Fernando Galvão e Eduardo Nepomuceno começaram a analisar os contratos de empréstimos firmados pelo dirigente e seus aliados a partir do final de 1998. A intenção é descobrir se o clube foi lesado.
De 2000 a 2004, a dívida do clube com bancos saltou de R$ 11,6 milhões para R$ 16,6 milhões. No total, os débitos por empréstimos são de R$ 50 milhões, um terço do total devido pelo clube.Os promotores suspeitam que o clube se tornou mais dependente de Guimarães, pois o seu banco emprestou dinheiro ao time.
O Ministério Público já tem 101 contratos de empréstimos feitos pelo clube com bancos desde 1998. Desse total, 81 foram feitos com o Rural e o BMG-73 com o primeiro e oito com o segundo.No ano em que começaram as operações financeiras, Guimarães era diretor financeiro do Atlético-MG. Estava subordinado ao presidente Nélio Brant, que, na época, era diretor do Rural.
A Folha obteve as cópias de 22 contratos entre o banco e o Atlético-MG em 1998 e 1999. No total, somam R$ 13,450 milhões.Os juros anuais cobrados giram entre 44% e 69%, em empréstimos de 20 dias a 270 dias. Essas taxas estão próximas das de mercado para aquele ano- que eram de 64,3%/ano, diz a Associação Brasileiro de Bancos (Febraban).
Do total emprestado, R$ 3,3 milhões não apresentam carimbo de quitação. Sem pagamento no prazo, havia previsão de acréscimo de 30% ao total.
Pelo Atlético-MG, Guimarães assina dez dos 22 contratos- também aparece como avalista desses empréstimos. Os outros são assinados por Nélio Brant.
Em 2000, o BMG firmou oito contratos de empréstimos com o Atlético-MG, em soma R$ 8,469 milhões.
O maior deles é de R$ 3,7 milhões, no qual incidem os juros mais elevados de 2,91% por mês.
Guimarães não assinou os contratos. Mas, em 2001, o dirigente assumiu a presidência do clube.
O Rural faz negócio com o Atlético-MG até hoje. Além dos bancos do "valerioduto", o Indusval (11 empréstimos), o Intermedium (7), o LS Momento Mercantil (1), o Bradesco (1) e o Mercantil (1) repassaram dinheiro ao clube.
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE
Os empréstimos do Banco BMG para o Atlético-MG abriram a possibilidade de um dirigente do clube se tornar dono do "passe" de um dos jogadores, o que foi extinto pela legislação.Isso mostra como Ricardo Guimarães, presidente do clube e do banco, aumenta seu poder com as operações financeiras.
Em dois contratos do BMG com o time mineiro, em 2000, está previsto que o passe do atacante Guilherme seria a garantia para o caso de não haver pagamento.
Os contratos têm valores de R$ 3,7 milhões e R$ 1,2 milhões.
O Ministério Público Estadual ainda não descobriu se os oito empréstimos do BMG foram pagos pelo Atlético-MG. Portanto não há como ter certeza se Guimarães tornou-se dono de seu passe, o qual não gerou lucro.Outro empréstimo do banco para o clube, no valor de R$ 400 mil, tinha como garantia o valor pago pela Fiat pelo patrocínio da camisa. O que significa que Guimarães, por meio de seu banco, poderia receber o dinheiro do patrocinador da equipe. Há outras cinco negócios, em valores entre R$ 80 mil e R$ 650 mil. (RM)
DO ENVIADO A BELO HORIZONTE
A assessoria do Atlético-MG não encontrou o presidente do clube, Ricardo Guimarães, para comentar os empréstimos feitos pelo BMG e o Rural para o clube.
Segundo a assessoria, ele viajou na tarde de ontem e não pôde ser localizado.Pela manhã, o dirigente deu entrevista coletiva em que reafirmou que vai permanecer na presidência do clube até o fim de 2006. Ou seja, recuou na sua intenção de renunciar, divulgada no meio do ano. Prometeu uma reforma no futebol atleticano para jogar a Série B.
A Folha ainda tentou contato com o ex-presidente do clube Nélio Brant e o vice-presidente de Finanças, Renato Salvador. Nenhum dos dois, no entanto, foi encontrado. (RM)
O print das matérias no site da folha estão aqui.
23/6/08 17:56
pois nem todos sao assinantes.
[]s
23/6/08 18:07
Postar um comentário