“Não é pretensão deste texto convencê-lo a votar SIM ou NÃO”
Vou somente apontar algumas coisas que me chamam a atenção no Espetáculo do Referendo.
A três piores e maiores revistas de circulação do país já iniciaram a primeira batalha da Guerra do Referendo.
A Veja (sic!) se posicionou claramente em favor do NÃO. Na edição número 1925 do dia 05 de outubro mencionou sete razões estapafúrdias para votar não. Para que se tenha uma idéia, ela menciona na primeira razão que “os países que proibiram a venda de armas tiveram aumento da criminalidade e da crueldade dos bandidos”. Seria um bom argumento se não fosse os exemplos utilizados como parâmetro: Suíça e Jamaica. Esqueceu de dizer que na Suíça além de armas eles também têm educação, saúde e por aí vai.
Do outro lado da lagoa, diz que na Jamaica a proibição da venda de armas não reduziu a violência – PQP!
Outro: “o desarmamento da população é historicamente um dos pilares do totalitarismo. Hitler, Stalin, Mussolini, Fidel Castro e Mao Tsé-Tung estão entre os que proibiram o povo de possuir armas”. Que medo! Inacreditável a comparação. Os sujeitos supra-citados podem até ter tomado uma medida desta natureza, daí a dizer que isso se implica em totalitarismo.Pra terminar o sexto argumento da revista: “obviamente, os criminosos não vão obedecer à proibição do comércio de armas”. Me recuso a comentar.
Na contramão da Veja, IstoÉ deu um tapa de luvas e publicou na sua edição do dia 12 out “7 razões para você votar sim e 7 razoes para você votar não” e dá uma alfinetada na Veja: “SÓ VOCÊ DECIDE”. A revista partiu para outra direção: publicou o depoimento de 14 pessoas (sete a para o SIM e sete para o NÃO). Menos mau.
Época chamou a atenção pelo uso do termo plebiscito na capa. Nem perdi meu tempo lendo essa reportagem. Com relação ao plebiscito, o dicionário Houaiss define o termo plebiscito como: “consulta sobre questão específica, feita diretamente ao povo, ger. por meio de votação do tipo sim ou não” a revista tira o mesmo conceito do auréio e justifica o porquê de ter utilizado termo.
Bom. Muitos possivelmente irão dizer: Esse imbecil desse Everaldo só leu Veja, Época e IstoÉ ? Não pessoal! Obviamente que não. Mas temos que tomar cuidado, pois como foi dito no texto “Banco de Idéias” na rede circulam milhares de textos de autoria duvidosa e que no entanto são atribuídos a nomes gabaritados. Muito cuidado com o que você lê na Internet. Eu disse no início do texto: não estou aqui para convencer ninguém.
Um ponto positivo tem nisso tudo: ambos os lados, aparentemente têm consciência de que a violência é um problema grave e que não vai ser um referendo que vai botar um ponto final nesse problema.
MINHA OPINIÃO SOBRE ISSO TUDO:
Ambos os lados têm argumentos razoáveis e argumentos medíocres. Eu, em princípio vou votar no SIM. Pois, invariavelmente, o gatilho de uma arma é disparado para causar dano. Muitos dizem: e para se defender? Também causa dano a um bandido. Não temos o direito de tirar a vida de ninguém seja ele bandido ou não.Portanto, o buraco é mais embaixo.
Se chegamos a ponto de achar normal tirar a vida de um ser humano por se tratar de um bandido, estamos realmente arruinados.Se tivéssemos segurança, saúde, educação, cultura e trabalho não precisaríamos ficar discutindo venda de armas.Temos mania de querer resolver tudo de uma só vez. O referendo é uma das dezenas de medidas que podem vir a atenuar a violência. Levemos isso a sério, ao contrários dos aproveitadores insanos que se debatem a torto e a direita no programas de tv.
Poucos programas tem crédito para promover um debate deste. Na próxima segunda-feira, o programa RODA VIVA irá promover um debate sobre o assunto. Eu recomendo, entretanto não ponho minha mão no fogo.
Espero que não haja aproveitadores que estão mais preocupados com os holofotes da mídia do que a real importância do que está em questão.
E aí? O que você acha disso tudo.
13/12/05 11:26
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