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Bom , eu ia postar um texo que escrevi, mas ao me deparar com a notícia que segue, não resisti. Dá uma lida nessa matéria publicada na edição do dia 28 de julho deste ano no Jornal do Commercio

PT kafkiano
FÁBIO LUCAS*

Vocês lembram da história do homem que acordou e percebeu que tinha se transformado numa barata?
Pois é. Em depoimento à CPI dos Correios, o ex-secretário geral do PT, Sílvio Pereira, contou que se ocupou nestes dias de turbulência com O Processo, de Kafka - mesmo autor de Metamorfose. Leu para tentar compreender o que está acontecendo, mas continuou sem entender, assim como também não entendeu o livro, disse ele.
O exemplo foi dado para pinçar a identidade com o personagem central da trama kafkiana em O Processo, que se vê julgado sem motivo por uma corte totalitária. Fantasia e realidade se misturam - no livro, não na CPI - para mostrar o desconforto existencial em um mundo marcado pela opressão asfixiante.
O mundo de inimigos sem rosto e de acusações sem prova, à volta de Joseph K., protagonista do romance, é muito diferente do mundo dos companheiros e das evidências de culpa em torno de Sílvio P., apenas um coadjuvante na tragédia petista. E a principal diferença é esta: em Kafka, o lado de fora e os outros podem ser o reflexo de angústia interna, pessoal, no PT, os semblantes carregados de indivíduos subitamente preocupados com suas ações são, inversamente, a imagem da descoberta do mundo real. O pesadelo kafkiano pode ser a loucura - o pesadelo petista é a lucidez.
Sílvio P. talvez acredite que a obra de Kafka possa ajudá-lo a esclarecer injustiças que fazem de vítima o PT. Será que ele acredita no que disse à CPI, e não sabe mais distinguir a mentira da verdade? Só que antes de ler Kafka com os olhos do PT, podemos ler o PT a partir de Kafka. Noutro texto, o conto O artista da fome - nada a ver com o factóide Fome Zero - o autor se refere à necessidade da dor secreta se expressar em um tribunal público. O sofrimento privado exposto à nação, por parte de militantes históricos, fundadores do partido, tem sido a tônica da crise, bem como o sofrimento nacional provocado pela sensação de impunidade.
O julgamento dos segredos do confessado "caixa 2" do PT está trazendo à tona verdades e mentiras que não se restringem, de fato, a um partido, provindo da tradição de nosso sistema político - até pouco tempo mais acostumado a dores secretas que a tribunais públicos. Mas em que isso exime o partido, seus dirigentes e seus filiados que participavam do maior esquema de corrupção já visto no País? E principalmente, em que isso exime o presidente da República e o governo como um todo - na medida em que o governo é do PT - das ligações ilícitas e imorais forjadas entre o público e o privado?
O "ptsunami" de fatos comprometedores, como foi apelidado, não faz de O Processo a melhor referência kafkiana para o que se passa, não em um tribunal secreto, mas à vista perplexa da nação. Sílvio P. e outros companheiros deviam prestar mais atenção à Metamorfose, que talvez seja mais didático para traduzir as entranhas ofertadas à opinião pública. Quem sabe alguém, um dia, há de indagar: vocês lembram da história do partido político que acordou e percebeu que tinha se transformado numa barata? Pois é.
*Fábio Lucas é jornalista e mestre em Filosofia pela UFPE. e-mail: fabiolucas@uol.com.br