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Everaldo Vilela tem 25 anos e cursa o 8º período de jornalismo na PUC Minas. É Atleticano... [continua...]

Na maioria das vezes, bem humorado.

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Confesso. Não tenho tido outro assunto. Ou se tenho, ele é coadjuvante. Mas o salto não é um assunto. É uma história. Daí a repetição.

Uma coisa é certa: nos próximos 24 anos da minha vida terei sensações melhores ou piores que a do salto – iguais jamais.

Vou tentar agora descrever o salto de pára-quedas:

Domingo, 16 de dezembro de 2007 – 08h10

Eu chego ao Centro Nacional de Pára-quedismo, em Boituva –SP.

Rapidamente o olho percorre o local tentando reconhecer o que havia visto em fotos. Tudo se confirma. Em meio a várias escolas busco a Escola Nacional de Pára-quedismo. Encontro o prédio amarelo e entro devagar, mineiramente. Sou recebido por um sujeito que procura a atendente. Ela vem com o café da manhã em mãos e cumprimenta. Eu me identifico. Ela sabe de quem se trata.

Logo surge Ronaldo. Dono da escola. Ele já sabe que estou por ali, me cumprimenta e dá as boas vindas. A essa altura observo os pára-quedas pendurados assim como os macacões. As fotos penduradas em quadros. Sou interrompido por Ronaldo que pergunta se estou preparado: quase automaticamente respondo que sim.

Vivi, a atendente, começa então e me falar sobre o salto duplo. Como é feito. Um vídeo é exibido no monitor de plasma que momentos antes iniciava a transmissão da final do mundial de clubes entre Milan e Boca Jr. Eu vejo o vídeo e ali aumenta a vontade de saltar logo e experimentar a sensação de despencar céu abaixo.

Neste exato momento começa um medo. O pior deles. O medo de ter medo. O medo de chegar na hora 'H' e desistir ou pipocar, como disse o amigo xuBs.

Vivi parece adivinhar o medo e conta sobre os momentos incômodos do salto. Segundo ela quando o avião abre a porta a 12000 pés de altura é o pior momento.

Eu então me preparo. E começo a pensar no quanto eu "andei " para chegar até aquele momento. Deveria então fazer jus ao momento e aproveitar cada segundo. Vivi então me alerta: em queda livre não há medo. E quando estive caindo, esquece da vida e aproveita, vai ser incrível.

Um casal chega até a escola. Ela falando português, ele portunhol. Ambos me cumprimentam. Ronaldo chega e os cumprimenta também. É Rodrigo, um venezuelano e sua namorada [ou esposa?].

08h45 – O sistema de som do clube anuncia que a pista está liberada, ou seja, a partir daquele momento o avião irá ao céu "despejar seus tripulantes".

Ronaldo me faz uma pergunta: Quer saltar agora? – O salto estava agendado para 10h.

Sem pestanejar respondo que sim. E neste momento inicia-se de fato o salto. Vou vestindo o macacão pensando ininterruptamente no que está por vir. O coração já bate acelerado. Entro em um estado de euforia ou alucinação – sei lá... O venezuelano Rodrigo prepara o equipamento. Checa o pára-quedas e, depois da brincadeira de que se tratava de um instrutor paraguaio Ronaldo me explica que ele é venezuelano e extremamente experiente. Beleza!

Caminhamos pelo clube até a pista. No meio do trajeto uma repassada nas instruções e um recado para o vídeo do salto: só me recordo da galera que torceu e de quem ficou rezando.. [rsrs] termino com um recado para o xuBs, que apoiou desde o início e que naquela hora o recado vinha a calhar: não pipocar, era o medo de ter medo.

Fomos para a pista. Entro no avião que segue pela pista acelerando. De repente sai do chão. Uma sensação horrível de que o corpo quer ficar no chão ainda... logo o grito da turma abafa e faz entrar no clima. O avião vai subindo... subindo... O aviso dentro do avião alerta para checar os equipamentos e como último toque diz: "DIVIRTA-SE".

De repente as nuvens ficam sob o avião. É uma visão incrível: um céu azul. Uma espécie de relógio que monitora a altura segue se movendo. Sou orientado a colocar os óculos. Chegou a hora!!!

O marcador atinge os 12000 pés. Uma sirene soa dentro da aeronave. Um pára-quedista abre a porta do avião. Olho lá fora e vejo as nuvens lá em baixo... a cidade em miniatura. A sirene prossegue. De repente pára, uma luz verde se acende. Estamos liberados. O sujeito que abriu a porta salta de costas para o nada... ouço um barulho de vento rasgando o ar...

Vamos! Avisa o instrutor que me acompanha. Caminho lentamente para a porta do avião. O coração parece sair pela boca. Penso: chegou a hora! Fico praticamente pendurado na porta aguardando o salto... De repente o pé sai da aeronave – saltou!!!!!! O céu e a terra viram rapidamente: o céu vai para baixo e a terra para cima... voltando ao normal, quando me dou conta estou caindo. Um paredão de vento e o mundo lá em baixo.

Muitos perguntam se o coração acelerou e se não tive dificuldade para respirar: sinceramente. Não sei se o coração bateu. Nem lembro se respirei – isso é como pedir para verificar se o gandula comemora gol – na hora da emoção do gol ninguém olha o gandula.

A sensação é indescritível. Estou voando. São 45 segundos assim... caindo a mil por hora. Ouço um barulho e me lembro do pára-quedas. Ele se abre. O paredão de vento que faz um barulhão dá lugar ao barulho semelhante ao de uma brisa. O corpo que descia deitado fica de pé. Começo a voar... desta vez de forma branda. Observo a cidade em miniatura lá em baixo. O instrutor conversa... sigo voando... Ele desprende uma trava na região da bacia e fico ainda mais solto no ar... vamos descendo devagar...


Chegamos ao chão. De imediato levanto eufórico, cumprimento a todos... começo a caminhar e fico tonto. Ronaldo avisa que isso é normal – afinal, sai de 3600metros de altura e cheguei ao chão em poucos minutos – não estou acostumado.

Zonzo, eu me deito na grama e fico olhando o céu. Céu de onde despenquei a poucos instantes. Fico viajando por alguns minutos... acho que a alma ainda estava descendo... Levanto e sigo caminhando completamente passado, bobo com o que acaba de acontecer... É a missão cumprida... o sonho realizado.

Como costumam dizer a quem salta de pára-quedas: BEM VINDO À TERRA!

Veja aqui o vídeo do salto