Não existe explicação lógica para o que acontece com os ingressos nos eventos evolvendo grandes públicos. Ou melhor, existe: Cambista.

Ano passado, o ingresso para o último jogo do Atlético Mineiro na série B, o chamado jogo da festa, acabou em poucas horas, mas no dia da partida os malditos cambistas tinham ingressos.

Esta semana aconteceu a mesma coisa com os ingressos para a final do Campeonato Mineiro. Em poucas horas os ingressos para as cadeiras do anel superior do Mineirão estavam esgotados.

A ação de cambistas não é exclusividade do futebol. Ano passado os organizadores do show do U2 em SP adotaram uma medida muito utilizada, porém ineficiente, para inibir cambistas limitando a quantidade de ingressos por pessoa. Ainda assim os cambistas atuaram no show do U2.

Em peças teatrais eles também atuam. Quando fui assistir Regurgitofagia, mesmo havendo ingressos na bilheteria, cambistas me ofereceram ingressos. Talvez não seja tão lucrativo atuar em teatro por se tratar de públicos pequenos se comparado ao público do futebol.

Tudo leva a crer que há conivência por parte de pessoas envolvidas na venda de ingressos. Em 2005 o portal UOL publicou uma extensa matéria sobre a ação de cambistas no campeonato carioca daquele ano.

E quem pensa que o mundo virtual está livre dos cambistas está enganado. A versão brasileira do Second Life já conta com os cambistas virtuais "para vender lindens àqueles que até então não podiam comprá-los".

E o grande sucesso na venda de ingressos do PAN do Rio de Janeiro? Noticiado com louvor pela mídia: Após 16 horas, 84.300 ingressos vendidos. Número total equivale à venda de 87,5 ingressos por minuto e mais de um por segundo.

Seria formidável se não fosse o post do Juca Kfouri em seu blog cuja reprodução segue abaixo:

E o comentário do leitor:"os ingressos para o Beisebol também já se esgotaram, e o beisebol não é uma modalidade atrativa no Brasil, como você deve saber."