Contagem regressiva
Tempo restante do último período de jornalismo:
QUEM?
Everaldo Vilela tem 25 anos e cursa o 8º período de jornalismo na PUC Minas. É Atleticano... [continua...]
Na maioria das vezes, bem humorado.
Lembre-se:
Quanto maior a dor maior o alívio.
Everaldo está no Orkut.
Tem fotos no flickr e também vídeos no youtube.
Contato: blog@everaldovilela.com
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• Banalogias - Francisco Bosco
• Cem Anos de Solidão - Gabriel García Márquez
• Ensaio sobre a cegueira - José Saramago
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Template de Everaldo Vilela
Começo a trabalhar quando a madrugada já está prestes a dar lugar ao dia, às 5h30. Neste domingo chuvoso já no fim do expediente passo por uma senhora e começo a descer as escadas que dão acesso a uma das plataformas de embarque do metrô.
Notei que a senhora continuava parada e perguntei:
- A senhora quer ir para onde?
É comum no meu trabalho orientar usuários perdidos e que não estão acostumados a utilizar o metrô.
A senhora sorriu e respondeu com outra pergunta:
- Você estudou no Castelo Branco não estudou?
Surpreso respondi que sim. Na cabeça uma busca acelerada pela memória para lembrar que era aquela senhora cujo rosto era familiar.
Ela continou:
- Vi você na televisão outro dia! Ela se referia à matéria do MGTV em que fui personagem.
Após uma breve pausa ela disparou:
- Everaldo!!
A memória não me trairia naquele momento. De bate pronto respondi apreensivo:
- Marlene!
- Isso mesmo. Respondeu acenando a cabeça positivamente e, sorrindo, caminhou em minha direção e me abraçou.
Os cabelos brancos e a expressão cansada não deixavam esconder as marcas do tempo. Marlene foi minha professora há 16 anos quando eu cursava a 2ª série.
Como professora não poderia deixar de perguntar sobre o que fiz nos estudos. Antes porém ela tirou uma dúvida:
- Você joga no Galo?
- Não. Jogo não, fiz uma matéria como personagem. É que sou torcedor de ir a todos os jogos e no fim de semana anterior ao da matéria eu saltei de pára-quedas com a camisa do Galo. Aí fui parar no MGTV.
- É que vi muito rápido. Na hora comentei: ‘esse menino foi meu aluno, tenho certeza’.
- Você continua estudando?
- Estou no último período de Jornalismo. Ela sorriu novamente e comentou sobre as dificuldades da língua portuguesa.
Era nítida a expressão de satisfação com a notícia. A conversa se extendeu depois de uma conformidade:
- Vamos perder o trem, mas não tem problema, disse a professora com ar de quem gostava daquela conversa. Respondi em tom de brincadeira que eu não ia perder trem pois trabalhava ali.
Conversamos por mais alguns minutos. Ela me deu outro abraço e se despediu dizendo estar feliz em me rever. Seguiu pelo corredor caminhando devagar. Eu desci as escadas pensando em quantos alunos ela teve em seus anos todos lecionando. Ainda que meu rosto não seja difícil de guardar me impressionou o fato dela ter lembrado meu nome. O crachá funcional estava debaixo da blusa de frio
Como diz a vinheta do programa Re[corte]cultural :
“A memória é uma ilha de edição”
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